A vigilância da Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) se expande para o universo dos jogos online e transações cripto, abordando o crescimento deste setor e possíveis riscos e práticas questionáveis.
Transações Financeiras nos Jogos Virtuais
A Agência de Proteção Financeira dos Consumidores dos EUA (CFPB) está atenta aos jogos online, especialmente às transações financeiras realizadas nas plataformas de jogos, revelou um novo relatório da agência governamental na última quinta-feira. O acompanhamento faz parte do mandato amplo do órgão de proteger os consumidores nos mercados financeiros, independente de onde eles se encontrem.
Nos jogos de vídeo populares atuais, os jogadores comumente ganham ou adquirem moeda virtual, trocando moeda fiduciária por créditos no jogo, conforme o CFPB. Estes créditos são usados para compras de bens e serviços dentro do jogo, incluindo itens virtuais. Tais ativos de jogos online atuam como meio de troca para bens e serviços ou transferências entre pares, sendo comparáveis a bancos e serviços de pagamento.
A Ascensão dos Jogos Baseados em Criptomoedas
Mesmo que os mundos virtuais baseados em criptoativos sejam menos populares que os mundos virtuais de jogos como Roblox, Second Life, ou Fortnite, é importante observá-los pelo fato de que, devido à prevalência de plataformas de negociação de criptoativos de terceiros, usuários podem converter os ativos nativos de mundos virtuais em moeda fiduciária, tornando-o mais acessíveis do que mercados de jogos tradicionais. O relatório citou um aumento no interesse e atividades no campo dos jogos cripto, com tokens de jogos como Gala (GALA), Immutable (IMX), Floki (FLOKI) e Ronin (RON) vendo um aumento significativo em valor de mercado no primeiro trimestre de 2024.
Desenvolvedores de IA e o Mercado de Jogos Blockchain
Desenvolvedores de IA também estão buscando espaço na cena dos jogos blockchain. Recentemente, a empresa de análise de IA Helika lançou um acelerador de jogos cripto no valor de $50 milhões.
A CFPB também ressaltou seu estudo sobre ‘questões preocupantes’ como golpes, roubos e outras atividades criminosas. O órgão mencionou a atenção para plataformas que oferecem aos usuários alguma forma de recurso para ativos perdidos.
Empresas de jogos frequentemente adotam uma abordagem de ‘cuidado do comprador’, transferindo a responsabilidade para os jogadores individuais evitarem golpes e tentativas de phishing. Eles podem bloquear ou banir contas de jogadores suspeitas de praticar golpes, mas fazem pouco para oferecer reparação às vítimas.
A CFPB concluiu o relatório com a observação de que algumas plataformas de terceiros permitem que itens e moedas virtuais sejam negociados por Bitcoin, enfocando especialmente nos ‘Linden Dollars’ do Second Life, que podem ser comprados através da LindeX e transferidos para terceiros via PayPal ou Skrill.
O relatório terminou sem prescrever um curso de ação decisivo, mas a CFPB manifestou que continuará trabalhando com outras agências para monitorar o espaço, focando em empresas que coletam e vendem dados sensíveis dos consumidores, especialmente quando esses dados são colhidos e monetizados sem o conhecimento do usuário.
Fonte: https://decrypt.co/225084/cfpb-federal-regulator-crypto-gaming-virtual-game-assets